sexta-feira, setembro 24, 2004

Como se todos os véus que te cobrem
fossem códigos elegíveis
do que és
do que foste
do que que te sentes
E por cada instante oco do teu corpo
Sinto-me unânime
com a alma despenteada
a caminho do precipício

Como se em cada margem das tuas palavras
estivesse algo espesso a nascer
algo sem nome
que nem dá para examinar
Porque respiro-o como sendo um exame
Um exame à minha consciência desterrada
E as perguntas que me encaminhas
já sabendo as respostas expressas
Será que as sabes mesmo?

Como se os teus beijos
arranhassem como areia
e mesmo assim os quisesse infiltrados na minha pele
Na minha nuca de cores avermelhadas
Nos meus lábios riscados pelo toque do cigarro branco
que deixa cair a cinza
nas cicatrizes flácidas de mágoas esquecidas
Numas mãos trémulas que uma vez foram minhas
Ou tuas? Nunca soube
porque sei-me tua

Como se o vento fosse viciado na dança erótica
dos teus cabelos pintados pelo sol
E ao fechares os meus olhos
me devolvesses a coragem
de um dia te voltar a amar
E por vezes queres
recriar um novo eu
onde encontres o aconchego
das palavras prometidas-

Como se por cada deslizar da caneta
quisesses sentir de novo os meus lábios
O meu corpo coberto iludido no teu.

Como se me pensasses tua
Lua nua descoberta
ao sabor dos teus olhos

omo se dentro do tempo
houvesse um momento
onde me fosse possível perder em ti

1 comentário:

Francesca disse...

Bem obrigada pelos comentários. Tb é dos meus poemas predilectos!

OH sócia n inventes lol que livro? :) És doida