segunda-feira, janeiro 17, 2005

Tic, tac, tic, tac…
Tudo pára á minha volta. Abro os ouvidos ao coração, e leio os pedaços em que se partiu.
Pergunta-me porquê? O porquê de se ter quebrado uma vez mais, depois de tantas outras, diz-me que lutou para que não acontecesse, mas que era inevitável. Ainda a oiço claramente, como se estivesse ao meu lado e as suas palavras são o eco de tudo o que acontece na minha vida – “gosto muito de ti” – peço que se cale, baixinho para ela não o parar de dizer ou repetir... “gosto muito de ti” – e eu de ti ... mas não posso porque a dor é a consequência. A dor que vem como se adormecida; deita-se a meu lado e rouba-me a almofada. A dor que me acorda com o teu nome e atira-me para o dia com a certeza que é o fim, porque sempre foi isso, o fim – será que algum dia haverá um novo começo?
Perguntas-me: “Tiveste saudades minhas?” – Digo não, nego tudo para ter a sensação que o que digo é a verdade... mas não é, porque tu és a insanidade que anda sempre comigo, porque eu grito-te, eu esqueço-te, mas tu nunca desapareces pois não?
Não me beijes, não me chames de amor, não digas que me queres, não digas nada, porque, apesar de querer isso tudo, não posso ter.
Porque não é em mim que tu pensas, não é a minha presença que tu queres... nada do que tenho será o que tu precisas ou desejas, porque em mim apenas encontrarás o erro, o erro de me ter entregado como me entreguei, de ter amado como amei, nada mais.
Olha para mim, bem por dentro dos meus olhos e verás o que sinto, mas também como falhei.
Perguntas-me: “O que é que sentes por mim?”
Toma-me em teus braços e sente...

3 comentários:

Anónimo disse...

bem... isto está LINDO
parabéns
beijo
Isabel

sotavento disse...

Gostava da poesia, também gosto da prosa!... :)

Estrela do mar disse...

...acompanhavas-nos nesta ilusão?...

beijinho*.