segunda-feira, junho 26, 2006

Entre nós existe um tempo. Um tempo desfragmentado. Um talvez que cada vez mais se perde na ausência. Estilhaçamo-nos em sorrisos, em noites que nos comprometem a sobriedade do que dizemos sentir. Ou que já sentimos. No final da noite já nada sabemos, as palavras bebem-se umas atrás de outras. Roçam-se em demasia à medida que sabe-nos a pouco este tempo. Quisemos expandir-nos, sempre o conseguimos fazer. Mas existem pormenores que nos falham. Nunca deixam de existir quebras. E o medo…esse que nunca deixa de existir, amanhece connosco, amanhece mais cedo e agride-nos os sonhos…as lembranças que nos podiam fazer equilibrar as manhãs. No mais negro do abraço que te dou existe medo. Medo que o corpo responda mais forte do que a acção em si. Medo que o que nos palpita por dentro queira voar para além de todos os limites a que nos impomos. E quero recordar-te. Recordar-te o momento em que as manhãs terminam, esse ponto intermédio em que o medo é-nos retirado da pele, se recolhe nos nossos olhos e nos nasce em sorriso, em mãos que se despedem em saudade do que não se chegou a viver, do não dito. Esse momento supera-nos. Existe por si mesmo e marca-me a cadência dos passos seguintes ao terminar das nossas manhãs

2 comentários:

Madeira Inside disse...

Olá!!

Pois é, recordações que não nos largam :))))

Bjs

Ah! Em principio só vooou de férias e, Setembro...mês de Agosto todo na Madeira.

Anónimo disse...

Sim, há momentos que marcam etapas. Tens razão, como quase sempre =)
Beijinho*