terça-feira, agosto 22, 2006

Noite de Verão

A noite começou como uma normal noite de Verão. Precisava de libertar os demónios dos últimos dias, e a ideia de ir beber um copo com as minhas amigas, não me soou nada mal.
Entrei no bar já usual das noites de Agosto. Vi-te logo ali a socializar perto da entrada. Revisitaste-me os olhos. Já nós tínhamos cruzado algumas vezes, mas a tensão nunca permitiu qualquer aproximação. Até esta noite, em que as palavras precisavam de som e os corpos de alento. Continuamos observando os passos uma da outra, as nossas amigas eram o pretexto para não arriscarmos qualquer aproximação. Até que o teu olhar se permaneceu de mais no meu e dirigiste-te à casa de banho. O instinto levou-me a seguir-te. Sentia o pânico a engolir-me os pés mas tinha que ir ter contigo. Abri a porta e estavas encostada a uma parede negra com poesia escrita a tinta branca. Tu e as palavras. Gostei demasiado da combinação para contrariar as minhas vontades.
A minha boca assaltou a tua num ímpeto que não dava para ser controlado. As minhas mãos prenderam-se às tuas ancas e a força do corpo obrigou-nos a entrar dentro de um dos compartimentos. A rapidez do desejo que nos ameaçava nem nos deu oportunidade para perguntarmos os nossos nomes. Naquele momento isso era o que menos importava.
Sentia a tua língua a embriagar-me, sentia-te a criar em mim novos desejos. As minhas mãos agarraram-se ferozmente às tuas nádegas enquanto sentia o meu sexo a latejar cada vez mais em desejo. O teu corpo colou-se ao meu e cravei-te beijos inquietos nos teus ombros. Viraste-te e pregaste o meu corpo já quase nu à parede, abriste-me as pernas e rasgaste-me o sexo de prazer. Enquanto te movimentavas dentro de mim, perguntaste-me se queria ir para tua casa. Respondi-te que sim depois de me dares o orgasmo. O primeiro daquela noite.
Arranjaste-te e disseste que me esperavas à porta. Logo a seguir encontrámo-nos.
Dentro do carro, dei de beber à sede que se ancorou na minha língua, e já em tua casa algemei-te a alma ao sexo e dei-te prazer até amanhecer.

Presenteaste-me com a melhor noite deste Verão. E eu dei-te a conhecer o que o teu corpo pedia e tinhas receio de lho dar.

Ficamos ambas a ganhar.

4 comentários:

Anónimo disse...

Sempre gostei de te ler.
Dedicas-te aos sentires de uma maneira muito própria,tu.
*

Anónimo disse...

Ainda sinto no meu corpo a marca do teu desejo.


Beijos


A tua noite de verão

Orlando Duque disse...

Muito prazer e orgasmos...pouco amor.

Um abraço, Orlando Duque

http://omundodaspalavras.blogspot.com

Madeira Inside disse...

Uau!! Caliente!!
:P

Dar e ter prazer...é sempre bom...seja de que maniera for!!