Ainda sei a tua morada, quando a releio no soletro de números e sonetos, confundo-a de encontro aos atalhos do meu coração. Quanto mais te escrevo, de lugares e quereres divergentes, de saberes e deveres indiferentes, mais o gasto da memória se disfarça devagarinho na sola dos teus sapatos. Ainda sei o nome da tua rua, quando me imagino de pés assentes na ladeia do passeio, aperto-me de encontro aos carreiros do meu coração. Quanto mais me atrevo, nestes vultos e tumultos, nestes fantasmas e marasmos, mais o gosto da memória se aventura sorrateiramente no desgaste do teu esqueleto. Ainda sei o pouco que ficou: este nada que me importunaste como uma navalhada quente e funda, prepotente e de natureza hirta, como quando o teu corpo pede sem suplício e esgana - a demanda do homem. E quanto mais nos relembro, em tortura e formosura, de funeral ou epidural, mais a mácula desta cicatriz me molesta o tétano do corpo.
Ainda sei a todo custo, a dispensa do teu amor.
Ainda sei a todo custo, a dispensa do teu amor.
In Férreos Tranversais de Alice Turvo
8 comentários:
"De onde te conheço?"
(SE)
Anónimo 1:
Não sei de onde me conheces e o mais certo é que não me conheças. As iniciais SE não me fazem muito sentido, se quiseres clarificar, agradecia.
Anónimo 2: Se te quiseres identificar sabes como o fazer, se não quiseres não há nada que possa fazer. Mas mais comentários destes escusas de enviar porque não os vou publicar.
1_Estou mais que identificada!
2-SE/ ntido...talvez com algum sentido!
3-Parabêns por tudo o que escreves por aqui...Admiro-te muito.
4-Quanto a comentários...eu acho que nem todos tem que ser publicados.
Um dia feliz para ti*y
Boa decisão!
Também não era minha intenção tornar público o que escrevi.
A minha intenção era simplesmente que a mensagem chegasse até a ti.
Quando eu chegar a Portugal, dou noticias.
Anónimo 2.
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