sexta-feira, junho 06, 2008

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Pede. Não implores. Não rezes o que não podes. Não fricciones em demasia as peles alheias. Vem devagar. Como se na lentidão tudo parecesse melhor. Corres por dentro.
Juntamo-nos em sítios opostos. Temos um ponto de equilíbrio entre todas as palavras que dizemos. Não ousamos. Apenas libertamos. Não existe um fecho entre os nossos corpos. Nunca houve a distância segura que nos protege. Não estamos protegidas. E a entrega esconde-se por entre noites na escuridão. Continuamos com um fecho. E à nossa volta as armadilhas. Pé ante pé. Encobrimo-nos no segredo dos beijos. Existe um segredo. Por cada palavra. Por cada travão. Por cada segundo em que nos queremos. Um segredo que engolimos todos os dias. Há quanto tempo foi? E tudo se solta mais um pouco. Mão ante mão. No calor das sombras quando os dedos entrelaçam o cabelo. Na tensão. Que se remexe em tesão. Que podia ser exorcizada em desejo. Desejo contigo. Desejo pecaminoso. Desejo no desejo de outros. E se pudéssemos fugir, não o faríamos. Dizes-me ao ouvido: não podemos. E o tempo infiltra-se quando a tua língua se interrompe na minha boca. E tudo procura o caminho. O perdurar que sabemos ter fim num dia de um qualquer mês. E se pudéssemos? . ..

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