quinta-feira, agosto 24, 2006

"And then I looked up at the sun and I could see
Oh the way that gravity turns on you and me
And then I looked up at the sun and saw the sky
And the way that gravity pulls on you and I, on you and I"

Quisemos crescer dentro das palavras, daquelas que semeámos, tentando com isso cortar com as amarras quebradiças do passado. Do que nos corre pela respiração. Fizemos de nós, o elo de ligação, a virtude da sobrevivência. Unimos as mãos tentando com isso provar que agora será diferente. Que o medo poderia nos morrer. Que o amor poderia deixar de se arranhar nas paredes e renascer na nossa cumplicidade.

Quero que pares. Quero que me olhes e tenhas certeza do que sou. Em ti. Em nós. No que durante tanto tempo escondemos. Preciso dessa certeza, tens que entender…
Agora é o tempo de pararmos, de deixarmos de arranjar desculpas, outras pessoas, outros contratempos.

Nenhuma história vai esperar por nós. Nada espera por nós. E o nosso caminho há muito que está feito, precisámos sim de o agarrar.
Mais do que nos entranhar por dentro, mais do que nos sentirmos, mais do que tudo o que existe, é preciso decidir.

Deixei de saber esperar por nós. Não o suporto mais.

Já não me conheces o suficiente?
Já não sabes que me ferem os minutos?
Esta vida que se prolonga?

É agora
Este momento

Preciso que decidas
Que me abraces
Que me cheires
Que me deixes ficar em ti

Porque no amanhã
Já nos perdemos


De novo
Sempre
Até que deixe de haver espaço para nós

Para os nossos nomes
Para tudo o que poderia nascer.


Sei de ti
Nesta ausência
Que me vinca a alma.


Agora

8 comentários:

Madeira Inside disse...

É o "agora" que importa!!!
Líndo! :)

:))))))
Beijinhos

Klatuu o embuçado disse...

Não sei se essa é a temática do blog... mas já pensaste em escrever sobre algo que não seja o «eu e tu», o «nós», o «muita love», «muita sexo», etc.
Há mais temas... e talento não te falta... além disso o tema que exploras é o mais banal (à força de toda a gente o abordar... é compulsivo, topas, as pessoas nascem com sexo e tal e são estúpidas que nem um calhau e não pensam um pentelho)... e para o abordar de um modo fundo e original é preciso ter vivido.
Experimenta...
Dark kiss.

Francesca disse...

Klatuu o embuçado:

Agradeço (tenho de dar asas à educação que me deram), desde já a sua preocupação pelo que escrevo.

Mas a verdade é que pouco ou nada me importa o que vossa excelência acha sobre os temas que utilizo, mesmo que sejam banais, são os que me apetece escrever, quanto ao facto de as pessoas serem estúpidas e não pensarem...isso peço que me perdoe mas só se estiver a referir-se a si...porque eu penso e muito, talvez demais.

Depois quanto ao abordar o tema de modo fundo e original...agradeço-lhe novamente a preocupação, mas deste lado tudo é vivido de forma funda e original.

Fique bem

Shaktí disse...

Eu deste gostei, espero que não fique aborrecida por isso.

Lara disse...

Quem é que não se identifica com este texto? eu sim!
está lindissimo.

beijo

Marlene disse...

O que interessa neste mundo é o facto de podermos pensar,sentir e escrever o que nos apetece...continua...gostei do blog,vou voltar!

Anónimo disse...

Em primeiro deixe que a cumprimente pelo excelente texto. E pelo facto de o partilhar.
Não é banal o tema, antes pelo contrário. Apelidar de banais ás relações inter-pessoais e a forma como são sentidas por cada um é o mesmo que chamar banal á força que nos impele a viver. E indiscutivelmente a vida gira em torno de três coisas: sexo, amizade e dinheiro e não necessariamente por esta ordem. E se a vivência de cada um fosse condição essencial para se divagar sobre um qualquer tema ou assunto, o primeiro escritor de ficção científica não teria existido. Ou o poeta que tão bem fala sobre a morte.
O comentário do nick Klatuu é que não vale nem o mais ínfimo folículo de um pelo púbico.

Cris disse...

Há sempre ausências que doem. A vida vale pelas presenças...
Um beijo