Ambição
"Isto não é um poema.
São palavras que não enchem o que eu digo
Que não cabem nos teus ouvidos de pânico
Pânico que sentes, em ódio, por te amarem
Porque nunca te amam o suficiente
E recusas, abandonas-te ao medo
Ao medo-paliçada sempre presente
Inexpugnável
Um presente que não é mais do que um passado
Porque não há diferenças
E não as há porque recusas
Com medo
E fugindo não tens tempo de sentir
Apenas sentir
A realidade do que tornas fugaz
Volátil
A verdade do Amor
Porque continuas a fugir e com medo
Que não seja verdade
Que não seja verdade que o amor que te dão
Seja amor
Seja desejo de morrer por ti
De viver para ti, por ti
Isto não é um poema
São palavras que não enchem o que eu sinto
Não exalam o teu cheiro de quando gritas
A tua voz de quando ris
A tua boca quando beijar uma outra parte de ti
Em outra boca
E o desejo fica por trocar
Numa febre entre o pânico e o delírio da fuga
São palavras que nunca ouvirás
Sem que te feches
Que para ti o amor é um sufoco
Daqueles que te amam e te querem fechar
Quando afinal és tu que te fechas
Sem confessar que andas perdida
Na própria clausura
E abrir é doloroso
É desejar o que não se tem
E concluir que nada se pode ter
Porque não queres acreditar
E ser crédulo é sofrer
Por isso te fechas cada vez mais
Buscando saciedade apenas no presente
Que já passou
E agora é diferente
Mas tudo permaneceu ainda mais igual,
Isto não é um poema
São palavras que não enchem o que eu choro
No meu choro de criança abandonada
Abandonada pelos teus olhos
Pelo teu calor
Que nunca foi mais que um fósforo
Hesitante, aterrorizado
De chama intensa e breve
Muito breve
Que se escuda na angústia do amor
Ou não-amor
Porque afinal és tu quem o não sabe
E és tu que fecha o amor dos outros
O teu amor nunca realizado
Dizendo que aquele te quer fechar;
Isto não é um poema
Porque não te entra pelo peito
São palavras que os teus olhos decifram
Mas o teu coração não entende fugindo
E os meus gestos já não cabem nestas linhas
Escritas em desejo
Escritas em amor e saudades e febre
De não ter mais o teu ser e fazê-lo florir
Ter o teu ser
No meu rumo
E antevejo-te abanando a cabeça
Pensando
“Isto não é um poema”
Mas isto não é um poema
Sou eu
Mas tu não me queres
A mim, que sempre fui o teu melhor verso
A melhor parte de ti
E estou em tudo o que conheces
Mas em nada do que vês porque escolheste a cegueira
E detestas-te, em terror,
O terror da morte de seres ninguém
Por não saberes afinal que és
Na frieza de um olhar caído
(perdido no tempo)."
São palavras que não enchem o que eu digo
Que não cabem nos teus ouvidos de pânico
Pânico que sentes, em ódio, por te amarem
Porque nunca te amam o suficiente
E recusas, abandonas-te ao medo
Ao medo-paliçada sempre presente
Inexpugnável
Um presente que não é mais do que um passado
Porque não há diferenças
E não as há porque recusas
Com medo
E fugindo não tens tempo de sentir
Apenas sentir
A realidade do que tornas fugaz
Volátil
A verdade do Amor
Porque continuas a fugir e com medo
Que não seja verdade
Que não seja verdade que o amor que te dão
Seja amor
Seja desejo de morrer por ti
De viver para ti, por ti
Isto não é um poema
São palavras que não enchem o que eu sinto
Não exalam o teu cheiro de quando gritas
A tua voz de quando ris
A tua boca quando beijar uma outra parte de ti
Em outra boca
E o desejo fica por trocar
Numa febre entre o pânico e o delírio da fuga
São palavras que nunca ouvirás
Sem que te feches
Que para ti o amor é um sufoco
Daqueles que te amam e te querem fechar
Quando afinal és tu que te fechas
Sem confessar que andas perdida
Na própria clausura
E abrir é doloroso
É desejar o que não se tem
E concluir que nada se pode ter
Porque não queres acreditar
E ser crédulo é sofrer
Por isso te fechas cada vez mais
Buscando saciedade apenas no presente
Que já passou
E agora é diferente
Mas tudo permaneceu ainda mais igual,
Isto não é um poema
São palavras que não enchem o que eu choro
No meu choro de criança abandonada
Abandonada pelos teus olhos
Pelo teu calor
Que nunca foi mais que um fósforo
Hesitante, aterrorizado
De chama intensa e breve
Muito breve
Que se escuda na angústia do amor
Ou não-amor
Porque afinal és tu quem o não sabe
E és tu que fecha o amor dos outros
O teu amor nunca realizado
Dizendo que aquele te quer fechar;
Isto não é um poema
Porque não te entra pelo peito
São palavras que os teus olhos decifram
Mas o teu coração não entende fugindo
E os meus gestos já não cabem nestas linhas
Escritas em desejo
Escritas em amor e saudades e febre
De não ter mais o teu ser e fazê-lo florir
Ter o teu ser
No meu rumo
E antevejo-te abanando a cabeça
Pensando
“Isto não é um poema”
Mas isto não é um poema
Sou eu
Mas tu não me queres
A mim, que sempre fui o teu melhor verso
A melhor parte de ti
E estou em tudo o que conheces
Mas em nada do que vês porque escolheste a cegueira
E detestas-te, em terror,
O terror da morte de seres ninguém
Por não saberes afinal que és
Na frieza de um olhar caído
(perdido no tempo)."
3 comentários:
Quer acredites ou não, este poema hoje mudou a minha vida...
conseguiste me prender ao teu blog, logo eu q nem visitas faço aos demais que proliferam por ai...
outra coisa interessante, alem da forma como escreves, realista, forte, sentida, pensei q fosses muito mais velha...
quanto ao amor... esse velho traiçoeiro... :)quem me dera q estivesse sempre comigo, este coração esta cheio de crateras, mas nunca fechado para amar :)
felicidades
Ariel :)
Olá Ariel,
Espero que tenha mudado a tua vida para melhor.
Quanto ao poema, realmente é um poema muito especial mas como disse no post acima não foi escrito por mim.
Quanto ao amor...
Um beijo e volta sempre :)
bonitas palavras ainda mais para quem sente-as na sua profundidade
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