quinta-feira, dezembro 18, 2008

Não o posso negar. Existem dias que nunca deveriam ter nascido. Ou talvez, dias em que eu nunca devia ter saído de casa. Simplesmente não dar de caras com o mundo. Um dia, dois dias sem ver pessoas. Nem na merda da televisão.

Ou outros, em que os telemóveis não tocassem. Um silêncio. Daquele tipo de silêncio que não é imposto. Simplesmente acontece. Entendes? Agora é aquele momento em que preciso que te concentres. E que leias. Ou oiças. Ou uma porra qualquer.

Não nego e confesso. Há dias em que me perco do meu rumo. Em que assassino os sonhos. Em que risco palavras. E se estiveres concentrada irás te aperceber que há muito tempo que eu risco palavras. As palavras escritas são ilusões com prazo de validade. Não sobrevivem em tempo algum. Passado. Presente. Futuro. E com o passar dos dias sairão do papel. Porque não resistem. Tu sabes. As palavras escritas não resistem. E um dia as que nos dizem ao ouvido também não terão qualquer significado. Porque um dia seremos todos surdos. E no final, apenas existirão os actos. Que se fodam as palavras.

Aviso-os: não leiam o que eu escrevo.São balelas. Balelas de quem não tem paciência para fazer mais nada e então escreve. Escreve porque é preciso sentir. E eu sou viciada em sentires desvairados de realidade. É como sou. Ou um pouco do que sou.

Talvez num outro dia eu confesse que tenho saudades.

Saudades de quando agia e pensava como uma cabra insensível e desumana. Uma caçadora que atacava as suas presas de forma infalível. No momento certo. Tudo no momento certo.

Saudades de quando achava que conseguia tudo e o ego quase que explodia.

Hoje não explode. É o suficiente.

Mas sim é tempo de sair da toca. Da morte. Da solidão e de me fazer à puta da vida.

Ámen.


2 comentários:

Trio Colher de Pau disse...

...nem mais!:)





Balelas,é uma das poucas palavras que me chegou aos ouvidos...um dia eu esclarece.

Dharma disse...

Ola! Tens um desafio no meu blog.
Beijinhos! ;-)