terça-feira, maio 19, 2009

- Ás vezes sinto que tu desapareces.

- O que queres dizer com isso?

- Sinto que desapareces de ti. E de tudo o que te rodeia.

- Não, não é bem desaparecer. É fechar-me e tornar-me insensível a tudo o que está para além do meu interior.

- O que sentes quando isso acontece? Consegues dizer-me?

- Até consegue ser simples. Tu sabes que o tempo. não pára. Racionalmente é impossível.

- Sim...

- E também sabes que só te tornas insensível ao que respira se tiveres em ti um vazio tão grande que te torna impermeavél a tudo isso.

- hmm...

- É isso que me acontece quando me fecho. Torno-me insensível ao mundo. e apenas consigo sentir o meu vazio. E aí a crosta que me envolve não me deixa sentir para além do meu próprio ser. Sim é isso.

- O que tu trazes por dentro, por vezes, arrepia-me de tão cru e verdadeiro.

- E então?

- Nada. Só me apetece proteger-te nem sei bem de quê.

- Então protege-me.

- Deixas?

- Deixo.

2 comentários:

clic disse...

Não sei a que propósito, lembrei-me de uma coisa, que li algures, que era mais ou menos assim:

"Está vivo quem sente o nada, quem não sente nada está morto". :)

Patrícia Mota disse...

Há dois tipos diferentes de dias. Os dias em que desaparecemos e, os dias em que queremos desaparecer (bem, espero sinceramente que o que acabei de dizer seja uma grande parvoice)


Beijo