quinta-feira, agosto 04, 2005

Quero mergulhar nesses teus olhos de mel escuro que se disfarça de noite quando observo bem dentro deles e sem conseguir reagir apetece-me virar costas com a raiva de me arrepiares a pele num movimento incontornável sempre que chegas o teu corpo junto ao meu como acaso, como na coincidência que me entregas o teu calor de verão nos finais de tarde em que o vento sopra nuances no teu cabelo negro.
Perguntas-me se brinco ou se falo sério – nem eu sei te dizer se é brincadeira ou não o que sinto quando te abraço ou passeio as minhas mãos pelo teu corpo na inocência de uma dança pela madrugada dos dias em que te sinto mais perto de mim, sem vozes alheias, sem sorrisos trocados demasiado perto. Sei que gosto quando numa pressa lenta sorris na minha presença, encadeias a tua face no meu pescoço e cheiras o meu perfume, e esse riso que fica tão bem com a supreendente chuva que chega perto de agosto, quando estás a meu lado e eu apenas te consigo ver no meio dessa chuva inventada como se aquele momento se se tornasse apenas teu, como se a tua vontade fosse grande o suficiente para melhorar as horas, os adormeceres da saudade que te entrego nos dias em que será apenas olhar enganado ver-te a chegar.

2 comentários:

Anónimo disse...

Cacau, está numa só palavra - lindo! Cumprimentos.

sotavento disse...

Mergulha, miúda!... ;)