domingo, maio 07, 2006

Rasgo-me em pele. Rasgo-me para me esquecer de ti.
Porque a partir de um certo momento deixa de fazer sentido pensar em ti.
Tu queres-me tua vezes demais. Eu não sou de ninguém. Não sei sê-lo.
Lembras-te do que te disse? Disse para fugires. Disse para temeres. Disse que nunca mudaria por ti. Por ninguém. Por mim. A minha sanidade mental chama-se solidão. Solidão aceite. Solidão que escolhi. A minha vida sou eu. E tu e as outras pessoas são apenas meros intervenientes. São pedras que escolho para por minutos me sentir mulher. Me sentir louca. Imponente. Poderosa. O ego? Esse também cresce. Porquê? Porque é a única escolha que tem.

Quando te foste embora. Eu sorri. Mas doeu-me a perda mais uma vez. Dói-me mais dentro as perdas que escolhemos. Aquelas que podemos impedir mas não conseguimos. Porque as amarras são fortes demais. Não se quebram assim facilmente. Não te posso deixar entrar. Não te posso ceder mais espaço. Achas que não te dei muito. Mas dei. Dei até quanto pude. É pouco? É menos do que me deste. Mas cada qual escolhe aquilo que dá. É a razão a falar. É a razão a escolher os limites. É a razão a nos foder a emoção.
É a única saída. Fugir? Não, eu não estou a fugir. Eu estou a sair pela porta da frente da mesma forma como entrei na tua vida.

Quis rasgar-me vezes demais.
Quis de mim o que não se pode pedir.

E tu, tu…

3 comentários:

Anónimo disse...

Mais uma vez... li-te e leio-me.


E hoje queres rasgar-me(-te)?

GNM disse...

Delicio-me com as tuas palavras.

Também te gosto.
E muito.

Anónimo disse...

rasgas-te.
para não a rasgares.