quinta-feira, junho 15, 2006

Massive Attack – Live with me

“It don't matter, when you turn
Gonna survive, live and learn.
I've been thinking about you baby
By the light of dawn,
and in my blues
Day and night,
I been missing you
I've been thinking about you baby,
Almost makes me crazy,
Come and live with me
Either way, win or lose,
When you're born into trouble you live the blues
I've been thinking about you baby
See it almost makes me crazy child
Nothing's right if you ain't here
I'd give all that I have just to, keep you near
I wrote you a letter and tried to make it clear
That you just don't believe that, I'm sincere.
I've been thinking about you baby...
Plans and schemes,
hopes and fears
Dreams i've denied for all these years(...)”



Chegas de madrugada. Entranhas-me os sonhos até ser hora de acordar. Vais-te embora. Voltas e sentas-te nos meus pensamentos. Acompanhas-me no café que não tomo e nos cigarros que me esqueço de parar de fumar. Deitas-te no gelado que não devia comer. Sabor: chocolate e chocolate. Acenas-me com os olhos que não conheço a cor. Voltas segundos depois, molhas-me os lábios com a água que devia ser o teu beijo. Aquele beijo que não sinto mas que me fica nos sentidos. Voltas a ir. Desta vez demoras-te o tempo suficiente para eu me arranhar de saudades. E demoras. Continuas a demorar. Ás vezes, conversas com os meus medos, fazes-lhes perguntas. Prevês as suas respostas. Ris. Sorris. Mas eu nunca te vejo. Ainda. Ao fim da tarde ficas-me no corpo. Enquanto as horas não passam, ficas por lá, como se me massajasses o coração. A alma. Os receios. Sinto-te. Não quero. Mas não consigo evitar. Fugir. Sair por uns tempos. Voltar a encontrar-te. Voltar a encontrar-te todos os dias. Não acontece. Por vezes chegas-me em ternura. E aí sinto os teus abraços. Sabe-me a pouco. Volto a querer mais. Sempre mais.
As noites chegam e tu não estás. Estamos na mesma cidade. Quando falamos não estamos na mesma cidade. Quando somos algo que não tem nome e vai continuar a não ter. É melhor assim. Não nos cansamos. Mas eu canso-me desta desfragmentação. Canso-me.

Tenho saudades de quando me irritas. De quando não cedes. De quando não te controlas. De quando te encobres nas palavras. De quando estás. Aqui. Mais perto. Mas distante o suficiente para me custar a sentir-te.

E continuas cá.
E penso em ti.
E preciso de me esconder na noite.
Nas ruas onde gostava de te encontrar.

3 comentários:

Anónimo disse...

Mais uma vez... Lindo! Releio-me nas palavras.

(fantasia?)

Anónimo disse...

Estas são as minhas palavras....obrigada, pequena.
Gosto-te, sempre.
Beijo

Anónimo disse...

'Nas ruas onde gostava de te encontrar.' Excelente final, fiquei sem palavras =)
Beijinho*