sábado, setembro 30, 2006

História de Embalar

"A tua verdade é tão frágil...parece que é fantasma.
As omissões são mais imperiais.
Cadências.
Mentiras mutantes."
- P.F




Era uma não só vez, uma Puta. Dormia nas masmorras do meu coração. Dormia em véus de desejo. Fumava cigarrilhas francesas. Bebia vinho tinto. Lia pouco. Falava muito. Fodia outros corpos menos crentes que o seu. Gemia em silêncio. Gritava em loucura. Dormia abraçada ás presas expostas no seu talho pessoal. Sorria muito. Soltava gargalhadas infernais. Alimentava-se de banquetes com tons negros de orgasmos.
Nas suas folgas de caçadora infalível atirava-se às mamas de mulheres ingénuas que viviam com o terror de serem novamente magoadas. E morriam orando ao Deus Nosso Senhor que lhes salvassem o coração partido e lhes devolvessem a alegria de viver (que sem o amor se perde, tenho ouvido eu dizer(Posso-me rir?).
Nas madrugadas das suas ditas folgas, metia-se dentro da banheira e afundava cada vez mais os seus sonhos à medida que sentia a excitação no meio das suas pernas. Sonhos de outras vidas. De outras faces que pretendia encarnar. Sonhos que morriam na água que a lavava.
(Se, por um acaso, se perguntarem se isto faz algum sentido, posso desde já adiantar que não, não existe qualquer sentido nisto, apenas se trata de um acaso. Um acaso da escrita.)

7 comentários:

Anónimo disse...

Mentiras que podem fazer muito bem tentar acreditar...
Enquanto nos for possivel,é bom! Quando deixar de o ser é real!

Madeira Inside disse...

E mesmo nesses teus meros acasos da escrita, escreves bem! :)
Adorei a história dessa mulher...mazinha!

Beijinhos
:)

sotavento disse...

Disseste "acaso"?!... ;)

Eli disse...

DE Embalar!!!

:)

eudesaltosaltos disse...

Essa é um teu "eu"? bj

Anónimo disse...

Os acasos do coração são bem mais doces.
Bisou *

Francesca disse...

Um dia contas-me uma história. Se assim o quiseres.

Beijo