quarta-feira, junho 11, 2008

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Se no caminho tracejado por onde seguimos, eu me perder, encontra-me. Dá-me a mão até chegarmos ao destino. E se eu estiver muito assustada, abraça-me e fala ao meu ouvido. Se nada disso resultar, puxa-me para ti, olha-me nos olhos e beija-me. E aí, poderemos seguir no ponto onde ficamos. Eu e tu.


Pode acontecer que eu pare. Pare a meio caminho. Espreite para os lados e leve o meu tempo a dar o passo. Promete-me que não desesperas. Que não levas a mal. Existem em mim também fraquezas. Fragilidades ainda sem nome. Tais como os medos que já sabes de cor. Dessa forma que me aprendeste a conhecer sem eu o perceber. E gosto de ouvir quando falas do caderno onde anotas as minhas singularidades. As coisas que fazem de mim a miúda especial. Não porque o seja na verdade. Mas porque tu o dizes. E quando o fazes, a pele não arrepia mas sinto-me como se já não houvesse espaço entre nós. Nem abismo. Nem queda de água. Tal como, quando vens para cima de mim e os nossos corações ocupam o nosso lado direito. E aí, quando uma pele consome uma outra, tudo renasce em novas cores. E eu vou soltando as palavras proibidas. As palavras que cosiam a minha boca. A minha alma. Tudo o que pudesse expressar o que sinto. Mas sinto. E aos poucos, vou soltando. E o medo? Existe. Continua em mim. Mas deixou de me sufocar a garganta. E ainda me lembro, quando dissemos que não nos podíamos apaixonar. Mas aconteceu. Por isso, não vamos dizer que não podemos isto ou aquilo. Ambas sabemos os riscos que corremos.

Anda. Passa a ferro os receios e pendura-os no armário da vida.
Talvez seja possível o limite entre nós. Talvez sejamos apenas uma marca na vida uma da outra. Talvez tanta coisa. Talvez eu e tu.

A porta da viagem foi aberta.
Vamos?


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8 comentários:

Anónimo disse...

Esse teu outro lado tem muito que se lhe diga...me.......ao encontro do sentido maximo......ontem também percebi.... naqueles poucos minutos.....ali ....ali...bem á minha frente...naquela realidade que tu tanto ignoras.


Ida de volta

Anónimo disse...

Que não seja através do modem......
(a viagem)

Ida
Y

Anónimo disse...

Só pra dizer que adoro os textos que colocas no blog e que venho sempre ca ver se ha novidades. Continua!

Francesca disse...

Quantos anónimos...

AlmaAzul disse...

Adorei a leveza, não sei porque que o que eu gosto na tua escrita é mesmo o seu peso...

Já reli um monte de vezes e há neste texto algo que me fascinou e não consigo chegar ao "quê"!

Francesca disse...

AlmaAzul,

Gosto sempre quando me visitas.

Quando descobrires o "quê" partilha-o comigo. :)

Um beijo.

Anónimo disse...

Narcisa (que te conheço), partilha não tem só um sentido, partilha é bi-direcional.
Gosto quando consigo que "partilhes algo" comigo, aqui, neste texto consegues partilhar com cuidado, pois para ti, partilha, cheira-te a vulnerabilidade (opinião minha). Gostei da forma como escreveste o "post", sim porque isto é um "blog"
Beijo "vulnerável"

Francesca disse...

Último Anónimo,

és quem eu penso que és? Serás aquela com quem tantas vezes já me desencontrei?